quarta-feira, 28 de abril de 2010

Constatação

''Me encanta esse seu jeito, não tem como, reconheço. Se sou causa, você é efeito, e sou suspeito, pois te amo, e prometo sempre estar com você, te levar aqui no peito, tu me encanta, me fascina, seu jeitinho todo meigo, sua carinha de menina, se aproxima da perfeição, já te dei todo o meu coração, e você me dá a paz, só felicidade me traz, faz com que eu me aproxime do céu, pra vivermos pra sempre, e depois do sempre, juntos, nos amando, lábios doces e que me lembra mel, pra sempre seu, pra sempre minha, sou acusação, sou seu réu, dona das minhas vontades, Isabel.''

;)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Corriqueirismo contemporâneo uma ova

A vida é cheia de folclores, e lá vou eu contar mais um. É uma história que é estória, mas sabemos que essa estória é uma história, em algum lugar.
Havia, um tempo atrás, um moleque espevitado, endiabrado, o famoso 'capeta': o Helder. O Helder era o tipo de guri que ninguém queria nem a prestações, o jovem era tenso, mesmo! Não era de dar sossego pra qualquer pessoa que fosse, seja familiar, professor ou padre, ou qualquer outro tipo de pessoa.
O Helder estudava na sala do Thiago. Aah, o Thiago... o Thiago tinha um óculos fundo de garrafa que denunciava o tipo de gente que ele era: cêdêéfe. Era um coitado. Na época em que as crianças ainda estavam começando a pensar em sair, ficar acordado até mais tarde, meio que um prenúncio de que a pré-adolescência estava às portas, o Thiago, que além de ter óculos fundo de garrafa e ser cêdêéfe, começou a pipocar de espinhas. Quem já teve essa fase sabe quão horrível e triste pra vida de um rapaz isso é. Ainda mais com o Thiago, que era a imagem de como uma garoto não deveria ser pra se dar bem com as garotas.
Garotas. E não é que o Thiago era apaixonado pela garota mais linda da sala, a Gabi? Mais linda, não, né? Mais bonitinha, mais cuti-cuti, mais gracinha da sala. E o Thiago, o do óculos fundo de garrafa e cêdêéfe e espinhudo, era apaixonadíssimo por ela. Perdidamente apaixonado, era até engraçado ver como seus olhos saíam de foco por debaixo dos óculos fundo de garrafa toda a vez que ela ia na frente da sala, recitar poeminhas, falar sobre Ciências, sobre Bonaparte, Dom Pedro, algarismos romanos, tudo, tudo, tudo. E o Thiago apenas contemplava, apenas babava.
E então, o cêdêéfe começou a escrever pequenas trovinhas para a Gabriela, e num desses dias de desatenção total à aula, preso a seu mundinho que girava em torno de sua amada, estava ele escrevendo algo como: ''Gabriela, minha flor/Te dou todo meu amor/Sem você, apenas dor/Com você, apenas '' - e ele nunca conseguiu terminar o poeminha, porque o Helder pegou a folhinha para ler e viu que, acima do poeminha, tinha uma pergunta escrita assim: ''Gabriela, você gosta de MIM? SIM ou não?'' O Helder leu e fez questão de mostrar pra sala toda o sentimento do Thiago, que caiu um desgraça na sala, foi alvo das maiores piadas possíveis, e a Gabriela gritou a plenos pulmões: ''EU?! Com o CÊDÊÉFE FEIOSO E MONSTRENGO? NUUUUUNCA!!!''
Coitado. Thiago mudou de escola, seu pai foi transferido para um lugar distante de sua cidade, e Helder e o resto da patota continuaram por lá. E o Helder foi crescendo, tomando jeito, fez curso técnico e mandou currículo pra uma fabriqueta que havia aberto poucos dias na cidade. Helder passou em quase todas as entrevistas, mas na última, perdeu pra um outro rapaz que tinha faculdade, inglês e espanhol e havia feito um ano de intercâmbio na África do Sul cuidando de pessoas portadoras do HIV. Nunca mais soube do Thiago, e se perguntarem ele nem sabe que conheceu.

O quê? Bom, o final é esse mesmo, não errei não! Isso é pra acabarmos com a idéia de que ''O nerd de hoje é o seu chefe de amanhã.'' O sol nasce pra todos, amigo. Viva e deixe viver, cada um com seus problemas.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Refém

"Difícil explicar essa minha situação, isso que está acontecendo nesse momento... meu coração ora bate forte, ora bate mais fraco, mas, que coisa!, tudo isso ocorre ao mesmo tempo!
Foi uma noite, quem sabe? Foi bem menos que isso, até, mas o que vale não é o tempo, e sim a intensidade. Não sei por que, amor, não sei nem como nem por que, mas a única coisa que eu sinto, desde você, é saudade: saudade do teu sorriso, saudade do teu modo de me tocar, saudade do seu sussurro ao meu ouvido pedindo pr’eu te procurar, quão feliz, quão feliz eu fiquei ao ouvir aquilo! Que bobo, é, eu sei, mas àquela altura eu já não podia mais evitar, evitar que você saísse, sumisse, fizesse com que eu te esquecesse, não! Impossível, dor lancinante seria, eu nunca me perdoaria por fazer de você, meu amor, mais uma das minhas agruras, mais um amor de verão... Escuridão caiu, e meu peito escondeu toda a dor que sua ida me fez sentir.
Tenho defesa? Amar-te-ei como ninguém jamais amou, ou como ninguém virá a... bem, você sabe!
Aliás, sabe por que eu sei que é amor? Ah, fácil explicar uma bobagem dessas, não é?! Meu amor: saibas tu que eu posso não ser esperto, mas sei o que é amor! O que sinto por ti, quando me pego ouvindo (de onde?) a tua voz, quando lembro do teu beijo, e o desejo estala de novo, aqui dentro, no meu coração! Aha! É mais do que desejo e é muito mais do que amor... e, sei lá, quem sabe? Pois se eu, o próprio quem está sentindo, sinto que não sei explicar, oras!, quem poderá me ajudar? É, amor, você sabia que tinha poder pra tanto... Sabe? Quero me casar com você... casinha lá no Sul, nosso filho correndo, pra lá e pra cá... Quão bom seria, quão bom... Espero que este momento chegue logo! Promete-me que nada daquilo foi por acaso, ou foi sem querer, ou foi forçado, porque não foi! Oh, amor, por favor, não estrague essa pseudofelicidade que eu sinto – pseudofelicidade porque ainda não respondeu se quer casar comigo ou não! E sabememos que você quer, você praticamente gritou isso ao mundo, aquela noite...
Ou foi apenas pra eu te procurar? Ou foi apenas pra eu te procurar? Ou foi apenas...''