quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Assíntota

Carta escrita para o Dia dos Pais de 2009, época de minha breve estada em São Paulo capital.


''Sei que você nunca vai ler isso aqui, mas tinha que fazer essa homenagem, mesmo que seu dia tenha sido domingo. Oficialmente, porque, na realidade, pra mim todos os dias são seus. Se existe o homem da minha vida, é você, pai! Meu herói, meu lindão, meu irônico, meu exemplo, meu professor, meu mestre, meu tudão TUDÃO mesmo. Sei que nunca fui 'o' exemplo de filho (principalmente por ser mais velho), mas tudo o que fiz, além das generosas doses de ingenuidade, foi apenas pra chamar sua atenção. Raramente falhei, embora mais raramente ainda acertei, mas você sempre me olhava com ternura, me mostrava como seguir, nunca me fez desistir, mesmo sabendo, por toda a sua experiência, que aquilo provavelmente não daria certo. Nunca me faltou seu apoio, nem mesmo a 200 quilômetros de distância, sempre me dando forças e me fazendo seguir adiante. Só de escutar sua voz, papai, me sinto mais forte. Talvez tenha errado muito na vida pra tentar te surpreender, quiçá te superar, mas, à essa altura, percebo ser impossível: não conheço ninguém mais perfeito que você, pai. Eu queria poder escrever tanta coisa, mas você faz tudo parecer pequeno, e nada parece chegar aos seus pés, nada parece digno de tudo o que você me representa. Sinto falta do seu café, das suas piadinhas, de ficar doente e - mesmo não sendo mais criancinha - você cuidando de mim. Talvez a sua falta seja a que eu mais tenha sentido até agora, e sempre quando a gente se revê não consigo reabastecer, dentro do meu coração, o combustível do seu amor, que sei, é infinito, e torna assim as coisas mais difíceis. Não consegui me despedir direito, hoje, e fico lembrando do seu assobio, minha olhada rápida pra trás, e sua mão direita, no alto, como se me dissesse 'estou logo atrás de você'. Pai, você é a única coisa que eu amo de verdade na minha vida, minha única certeza, meu porto seguro, minha alegria, reduto de confiança, minha paz, meu amor, reitero, meu tudo. Eu te amo demais, o amor mais sincero de todos. Gosto de sentir que está aqui, do meu lado, sorrindo pra mim... eu sinto sua falta, sinto vontade de te abraçar todas as manhãs, como sempre foi... é ruim crescer, ainda mais longe de você...

Só quero dizer que amo você, pra sempre. Então, te amo, Pai!''


Achei tudo a ver postar isso, por estes dias... Tudo vai mudar...

sábado, 31 de julho de 2010

Soneto da Desilusão

''Pra que sorrir, oh! vida ingrata?
Se tudo, em nós, se apequena.
Trabalhas sempre, e pra sempre penas;
se algo entra, outro empata.

Fazer-me-ia um homem melhor
se pudesses tu me agigantar.
Pois se pra sorrir, há dantes chorar
e não aguento, me sinto pior.

Mesmo quando mais inconsolável for,
prometa-me carinho jamais dado.
Permita-me que morra de amor.

Pois sabes o quão castigado estou,
outorgado do prazer que me foi confiado.
Flagelo de vida! Em baixa, me vou''


terça-feira, 13 de julho de 2010

Hoje, acordou e nem o sol resolveu sorrir pra ele. Claro, querias. Obviamente, nada seria a mesma coisa, onde estava com a cabeça quando imaginou que tudo seria igual? Se nada mais te faz rir ou chorar, é tudo o igual, tudo paradoxal, é tudo a mesma coisa e não. Aglutinados, sentimentos desesperados, singelos e complexos caminham de mãos dadas em sua cabeça, e seu dia nem havia começado.
Relógio marca 8h45. Uma pensada rápida fez decidir: não iria trabalhar hoje. Afinal, não era mesmo um dia normal, feliz, então por que deveria se estressar? Pensou em coisas simples e palpáveis, cigarros e um 12 anos, só para passar a manhã, pelo menos. Depois do almoço, pensaria melhor no que fazer do resto de seu dia. E saiu, de pijamas mesmo, maltrapilho e com rumo definido: a primeira padoca que encontrasse, e o destino que lhe arrumasse um outro destino adelante.
Nem foi de moto pra ter mais tempo de pensar nas coisas que se sucederam neste fim de semana. Quanta coisa sem pé nem cabeça, e não havia nem sido sensivel. Pensou nas palavras que disse, nas que queria dizer e que ele mesmo havia atropelado. Deveras ignorante, grosseiro e tosco, tudo na mesmíssima proporção, tudo feito com maestria, e nem pra perceber o que estava fazendo. Ele apenas fez - talvez sem querer, infantilmente - e colheu os louros de tudo, por todos. Com uma carteira e um isqueiro na mão, um copo de whisky na outra, começou a se lembrar de cada passo em falso que deu, sem perceber que estava enforcando a si mesmo. Se a amava tanto assim, porque este rompante de Augusto Matraga? Justo ele, que sempre fora tão sensível aos sentimentos alheios, não conseguiu se segurar com a pessoa a qual ele mais ama na vida, a mais importante? E começou a pensar nos porquês...
Passadas quase 5 horas, o dono da padaria lhe perguntou se os 5 copos e as 2 carteiras já não eram o suficiente. Óbvio que só queria saber se o jovem o pagaria, e foi isso que o jovem fez. Com ressalvas: que lhe desse mais um copo e outra carteira, pra poder pensar mais um pouco. Não chegou à conclusão alguma, somente entendeu que fez burradas suficientes pra uma vida inteira, e que se ela o perdoasse - nem ele se perdoou totalmente -, juraria que, dali pra frente, as coisas mudariam pra melhor. ''O que quero da vida, afinal?'' - ele se perguntava, e somente o rosto angelical, belo e colossal de sua amada lhe vinha em mente. Antes de sair de casa, ele já sabia o que faria.
- Outro copo e outra carteira, portuga! - Afinal, já que sentia nojo de si mesmo de tal maneira, era melhor que estivesse bêbado pra aguentar as agruras do seu coração.



''O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.'' Fernando Pessoa

domingo, 23 de maio de 2010

Animal Planet de volta!

Bom, tô aqui só pra confirmar que, como todos já sabiam, ANIMAL PLANET não acabou, muito pelo contrário: EVOLUÍMOS! Primeiro ensaio hoje, depois de 8 longos meses, muita coisa aconteceu, para o bem e para o mal, e cá estamos novamente, depois de juntadas as pedras estamos tentando reconstruir nosso castelo. E acho que vamos conseguir, com força de vocês, sempre! O ensaio de hoje de manhã foi como eu esperava: nós, desentrosadinhos, falta de ritmo, baixista novo precisando pegar o time da banda e pa, mas vamos indo! Quem lutou pra que tudo desse errado, me desculpem a expressão, mas se fodeu! Vai dar tudo certo, eu sei que vai! Vou copiar a brilhante frase que o @xmarinhoox postou no fotolog, hoje: Nova formação. Nova conduta. Novos pensamentos. Novas músicas.

Pensaram que iam ficar sem a gente, né? Perdeu prêibói UHAOHUAHUIHUIAIUOAOUIOA

amo vcs! ;*

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- Animal Planet vai participar do II Valentine's Rock Fest, dia 05/06/2010 (Sábadão de FERIADO!!), que vai rolar na Chácara da Piscina Redonda, no bairro Cidade Industrial, em Lorena! O ingresso antecipado sai por 10$, e na hora vai estar 15$, e o fest começa às 14 horas! Cerveja lata por 1$ e Hi-Fi NA FAIXA!!
E ver o retorno da MELHOR BANDA DE ROCK ALTERNATIVO de Lorena não tem preço né, galera? Nova formação, nova conduta, novos pensamentos, novas músicas, num fest fódasso! Tem certeza de que quer perder? ;)

Para mais informações:

-> Comunidade Animal Planet no Orkut:

- http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=28574374

-> Fotolog:

- www.fotolog.com/animalplanetrock

-> Ouça as músicas em:

- www.purevolume.com/animalplanet

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Resenha - Tempos Modernos

CHAPLIN, Charles. Modern Times – Tempos Modernos. EUA: P&B, 1986. 87min.

Charlie Chaplin foi, sem sombra de dúvidas, soberano em sua época, e tão soberando que ultrapassou os limites de sua existência, permeando até os dias de hoje seu arcabouço entre todos os amantes do bom cinema, da boa comédia, enfim: da arte como deve ser. Portanto, seria fácil fazer qualquer comentário que fosse sobre essa personalidade, mas fica também com uma aparência menor todo o tipo de elogio que tecemos a esse gigante das artes da história.

Tempos Modernos (''Modern Times'') pode ser visto como seu filme mais influente, até os dias de hoje. Objeto de estudo em faculdades, no Ensino Médio e às vezes até no Ensino Fundamental, Tempos Modernos explica (claro que satiricamente) as mudanças que ocorreram na Europa – no caso, na Inglaterra – após a Revolução Industrial. Fábricas, fabriquetas, poluição, aumento da violência, greves, fome, desigualdade, tudo mais latente num cenário novo para as pessoas, retratados com muito bom humor e inteligência por Carlitos, que 'canoniza' sua maior criação, 'O Vagabundo' ('The Tramp): o andarilho pobretão que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro (gentleman), usando um fraque preto esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um chapéu-coco ou cartola, uma bengala de bambu e - sua marca pessoal - um pequeno bigode-de-broxa.

Nesse filme, Carlitos tenta mostrar o efeito que a modernização traz para as pessoas. A busca incessante pelo lucro, criticada de forma irônica por Carlitos, onde mostra que o operário acaba fazendo movimentos repetitivos sem entender o que está fazendo, ou quando está no banheiro acendendo um cigarro, depois de ter acabado de sair pro almoço, e seu chefe aparece numa grande tela, gritando ''Hey! Go back to work!'' (''Ei! Volte ao trabalho!'') Ou seja, o 'tempo é dinheiro' em sua forma mais arcaica.

Ao final de sua 'estadia' no hospício, local onde foi levado depois de ter um colapso nervoso, volta para a cidade e descobre que sua antiga fábrica está fechada. Nesse tempo, surge na história a mocinha do filme, uma jovem órfã de mãe, com um pai desempregado e com duas irmãs pequenas, que faz com que ela tenha que realizar pequenos furtos para sobreviver. Seu pai morre, e agentes do governo vão buscá-las para a adoção, mas ela consegue fugir.

Enquanto isso, Carlitos é só azar, e acaba sendo preso como líder de uma greve de trabalhadores. Uma das partes que mais chamam nossa atenção acontece nesta fase: Carlitos, na prisão, recebe um belo tratamento, e quando é liberado, resolve que deve fazer de tudo para continuar preso. A grande sacada do filme talvez esteja aí: o progresso tecnologico fez com que o homem sentisse falta de certos prazeres, como o simples fato de ter um tempo ocioso, coisa que ele, como trabalhador de fábrica que tinha de ser incansável e imparável, não tinha. Quando vê a mocinha que fugiu da adoção roubar um pão para comer, decide se entregar no seu lugar. Seu plano vai por água abaixo quando uma senhora testemunha que o assalto foi feito pela mocinha. Depois disso, apenas confusão: cria-se, entre os dois, uma bela amizade, que não se converte em comida, e os dois caem na real e entendem que precisam trabalhar. Ele arruma emprego numa fábrica, mas logo há outra greve e é preso por, acidentalmente, acertar uma pedra na cabeça de um policial. Mais à frente, a mocinha arruma emprego de dançarina em um salão de música e o emprega como garçom. Obviamente, deu tudo errado e lá vão os dois, caindo na estrada, procurando mais confusões.

Tempos Modernos é um filme que dá para ser visto de muitas formas: é ironico, é belo, é inteligente, é leve, é didático. Chaplin nos mostra, neste filme, o que um gênio faz do substantivo 'entretenimento'. Tempos Modernos, em qualquer época (seja ela moderna ou não), é uma bela pedida. Um retrato muito bem feito de como as pessoas já sofreram mais contra o lucro desenfreado e sem pensar nas pessoas.



- Semana que vem provavelmente posto uma resenha sobre 'Tudo Sobre Minha Mãe', Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Globo de Ouro de Melhor Filme em 1999, de Pedro Almodóvar (mais um monstro!)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Constatação

''Me encanta esse seu jeito, não tem como, reconheço. Se sou causa, você é efeito, e sou suspeito, pois te amo, e prometo sempre estar com você, te levar aqui no peito, tu me encanta, me fascina, seu jeitinho todo meigo, sua carinha de menina, se aproxima da perfeição, já te dei todo o meu coração, e você me dá a paz, só felicidade me traz, faz com que eu me aproxime do céu, pra vivermos pra sempre, e depois do sempre, juntos, nos amando, lábios doces e que me lembra mel, pra sempre seu, pra sempre minha, sou acusação, sou seu réu, dona das minhas vontades, Isabel.''

;)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Corriqueirismo contemporâneo uma ova

A vida é cheia de folclores, e lá vou eu contar mais um. É uma história que é estória, mas sabemos que essa estória é uma história, em algum lugar.
Havia, um tempo atrás, um moleque espevitado, endiabrado, o famoso 'capeta': o Helder. O Helder era o tipo de guri que ninguém queria nem a prestações, o jovem era tenso, mesmo! Não era de dar sossego pra qualquer pessoa que fosse, seja familiar, professor ou padre, ou qualquer outro tipo de pessoa.
O Helder estudava na sala do Thiago. Aah, o Thiago... o Thiago tinha um óculos fundo de garrafa que denunciava o tipo de gente que ele era: cêdêéfe. Era um coitado. Na época em que as crianças ainda estavam começando a pensar em sair, ficar acordado até mais tarde, meio que um prenúncio de que a pré-adolescência estava às portas, o Thiago, que além de ter óculos fundo de garrafa e ser cêdêéfe, começou a pipocar de espinhas. Quem já teve essa fase sabe quão horrível e triste pra vida de um rapaz isso é. Ainda mais com o Thiago, que era a imagem de como uma garoto não deveria ser pra se dar bem com as garotas.
Garotas. E não é que o Thiago era apaixonado pela garota mais linda da sala, a Gabi? Mais linda, não, né? Mais bonitinha, mais cuti-cuti, mais gracinha da sala. E o Thiago, o do óculos fundo de garrafa e cêdêéfe e espinhudo, era apaixonadíssimo por ela. Perdidamente apaixonado, era até engraçado ver como seus olhos saíam de foco por debaixo dos óculos fundo de garrafa toda a vez que ela ia na frente da sala, recitar poeminhas, falar sobre Ciências, sobre Bonaparte, Dom Pedro, algarismos romanos, tudo, tudo, tudo. E o Thiago apenas contemplava, apenas babava.
E então, o cêdêéfe começou a escrever pequenas trovinhas para a Gabriela, e num desses dias de desatenção total à aula, preso a seu mundinho que girava em torno de sua amada, estava ele escrevendo algo como: ''Gabriela, minha flor/Te dou todo meu amor/Sem você, apenas dor/Com você, apenas '' - e ele nunca conseguiu terminar o poeminha, porque o Helder pegou a folhinha para ler e viu que, acima do poeminha, tinha uma pergunta escrita assim: ''Gabriela, você gosta de MIM? SIM ou não?'' O Helder leu e fez questão de mostrar pra sala toda o sentimento do Thiago, que caiu um desgraça na sala, foi alvo das maiores piadas possíveis, e a Gabriela gritou a plenos pulmões: ''EU?! Com o CÊDÊÉFE FEIOSO E MONSTRENGO? NUUUUUNCA!!!''
Coitado. Thiago mudou de escola, seu pai foi transferido para um lugar distante de sua cidade, e Helder e o resto da patota continuaram por lá. E o Helder foi crescendo, tomando jeito, fez curso técnico e mandou currículo pra uma fabriqueta que havia aberto poucos dias na cidade. Helder passou em quase todas as entrevistas, mas na última, perdeu pra um outro rapaz que tinha faculdade, inglês e espanhol e havia feito um ano de intercâmbio na África do Sul cuidando de pessoas portadoras do HIV. Nunca mais soube do Thiago, e se perguntarem ele nem sabe que conheceu.

O quê? Bom, o final é esse mesmo, não errei não! Isso é pra acabarmos com a idéia de que ''O nerd de hoje é o seu chefe de amanhã.'' O sol nasce pra todos, amigo. Viva e deixe viver, cada um com seus problemas.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Refém

"Difícil explicar essa minha situação, isso que está acontecendo nesse momento... meu coração ora bate forte, ora bate mais fraco, mas, que coisa!, tudo isso ocorre ao mesmo tempo!
Foi uma noite, quem sabe? Foi bem menos que isso, até, mas o que vale não é o tempo, e sim a intensidade. Não sei por que, amor, não sei nem como nem por que, mas a única coisa que eu sinto, desde você, é saudade: saudade do teu sorriso, saudade do teu modo de me tocar, saudade do seu sussurro ao meu ouvido pedindo pr’eu te procurar, quão feliz, quão feliz eu fiquei ao ouvir aquilo! Que bobo, é, eu sei, mas àquela altura eu já não podia mais evitar, evitar que você saísse, sumisse, fizesse com que eu te esquecesse, não! Impossível, dor lancinante seria, eu nunca me perdoaria por fazer de você, meu amor, mais uma das minhas agruras, mais um amor de verão... Escuridão caiu, e meu peito escondeu toda a dor que sua ida me fez sentir.
Tenho defesa? Amar-te-ei como ninguém jamais amou, ou como ninguém virá a... bem, você sabe!
Aliás, sabe por que eu sei que é amor? Ah, fácil explicar uma bobagem dessas, não é?! Meu amor: saibas tu que eu posso não ser esperto, mas sei o que é amor! O que sinto por ti, quando me pego ouvindo (de onde?) a tua voz, quando lembro do teu beijo, e o desejo estala de novo, aqui dentro, no meu coração! Aha! É mais do que desejo e é muito mais do que amor... e, sei lá, quem sabe? Pois se eu, o próprio quem está sentindo, sinto que não sei explicar, oras!, quem poderá me ajudar? É, amor, você sabia que tinha poder pra tanto... Sabe? Quero me casar com você... casinha lá no Sul, nosso filho correndo, pra lá e pra cá... Quão bom seria, quão bom... Espero que este momento chegue logo! Promete-me que nada daquilo foi por acaso, ou foi sem querer, ou foi forçado, porque não foi! Oh, amor, por favor, não estrague essa pseudofelicidade que eu sinto – pseudofelicidade porque ainda não respondeu se quer casar comigo ou não! E sabememos que você quer, você praticamente gritou isso ao mundo, aquela noite...
Ou foi apenas pra eu te procurar? Ou foi apenas pra eu te procurar? Ou foi apenas...''

segunda-feira, 29 de março de 2010

Apenas mais uma anedota...

Havia uma cidade, no interior do Piauí, chamada Salto do Cruz-Credo. Ficava a um sem-número de quilômetros de distância de Teresina, de Belém, de Manaus, de Juazeiro. E de 'Sum Paulo', ishi... Era uma cidade com outra de interior qualquer: tinha a pracinha que os namoradinhos usavam para namorar, tinha pipoqueiro na esquina, tinha Bradesco (e eles não cansam de dizer que o Bradesco tá no Brasil inteiro...), hospital, lojas, igreja. E a igreja é o ponto central da estória.
Porque, na época do 'assucedido', quem era o padre daquela paróquia era o Almir, padre Almir em Salto. Era uma pessoa bacana, um bom papo, fazia uma boa missa, enfim: não havia reclamação clara a se fazer do padre Almir.
O caso é que padre Almir era esperto pra caramba. Liso, como dizem por aqui. E, um dia, estava tendo confissão na paróquia da cidade, e tudo corria bem. Até o momento em que padre Almir começou a passar mal, talvez da feijoada da cantina da dona Dita, onde ele se empanturrou no dia anterior. Padre Almir suava no confessionário, e abriu a portinhola desesperado atrás de alguém para fazer as vezes de ouvinte ali. E, do outro lado da paróquia, passava um jovem seminarista, Wercley, rapaz bondoso, de boa índole e que faria esse favor pro padre...
- Wercleeey! Psiu!! Vem aqui, agoora!
- Sim, padre. Algum problema?
- Puxa vida, ô problema! Acontece que o 'povo aqui' tá doido pra entrar na natação, pra que eu assine a lei áurea, pra brincar no escorregador e cair na água... entendeu?
- Você tá com vontade de cagar, no meio da confissão, padre?
- PSHHHHH!!! Quer falar mais alto? Segura aqui pra mim, um pouco, no confessionário, que eu vou ter que ir ao banheiro, tá complicado...
- Eu, padre? Mas, nunca fiz isso, não sei distribuir penitências nem nada, nem sei o que falar...
- Wercley, presta atenção: lá dentro do confessionário tem um caderninho, com pecados e penitências ao lado. É só você escutar o pecado, e correr atrás da penitência, simples assim. Agora, saia da frente que não tá dando pra segurar mais...
E foi. E lá foi o jovem seminarista segurar a bronca. Wercley não era burro, e conseguiu passar a tarde tranqüila. Se um fiel dizia que havia devolvido o troco que o padeiro deu a mais, Wercley ia no caderninho, e tinha lá: ''Troco não devolvido - para dono ou para cliente'' e as penitências ao lado, se era reincidente, essas coisas. Uma outra fiel disse que tinha beijado a namorada do irmão. E lá ia o Wercley correndo os dedos no caderno, pra encontrar penitências. Foi assim praticamente o dia todo. Praticamente...
No finalzinho da tarde, Wercley começa a ficar preocupado com o padre Almir. Tudo estava correndo muito bem, mas padre Almir não voltava. Eis que aparece, pra se confessar, a Telminha. A Telminha era conhecida não só pelos habitantes da cidade, mas pelos das redondezas. Era linda, espetacular, deixava os homens com os burros n'água, em alguns casos até literalmente! E o Wercley ficou todo bobo, ali dentro, babando, quando a Telminha chegou pra se confessar. E ela havia pecado, sim. Tinha feito uma chupeta no namorado. E o Wercley foi, calmamente, procurando no caderninho. E nada de ele achar a penitência pra chupeta, não havia nem pecado marcado lá, meu Deus, que fazer?! E o desespero foi tanto, que Wercley adaptou aquilo que padre Almir havia feito com ele mais cedo: abriu a porta do confessionário e procurou ajuda, desesperado!
E viu, lá, cuidando do altar, o Filipinho, filho da dona Neusa, coroinha da paróquia. ''Ele deve saber alguma coisa...'', pensou Wercley.
- Psiiu! Filipinho!! Corre aqui!
E Filipinho, meio surpreso, foi ter com o seminarista.
- Que que cê tá fazendo aí, oxi? No confessionário? Padre Almir não vai gostar, não, hômi...
- Longa história, longa história, padre Almir que me deixou aqui, tá passando meio mal. Mas, olha só, tô desesperado e vê se você consegue me ajudar: o que padre Almir dá pra quem faz chupeta?
Depois de muito pensar, Filipinho respondeu, com toda a sinceridade do mundo:
- Aah, ele costuma dar um pastel e uma Coca-Cola, mas ultimamente tem dado suco, diz que é mais saudável...


sexta-feira, 26 de março de 2010

''A dor que ultrapassa a dor...''

Falar de morte não é fácil. É falar de algo que tratamos, a maioria, como algo maldito, algo que vêm para simplesmente acabar com todos nós, com amigos, com qualquer um que se diz próximo de alguém que, supostamente, se foi.
Penso que não exista pessoa boa que se vá, totalmente. Acho que as pessoas boas, de certa forma, sempre ficam, seja no legado emocional, no físico, de alguma forma. Lembrar é um jeito simples de se achegar a quem se ama e não tem mais ao lado, pelo menos não fisicamente. A vida é sacaninha, mesmo, concordo! Mas, é terrível pensar que as pessoas simplesmente 'se vão', principalmente as pessoas boas.
Me recordo de, em certa altura da vida, conversando com um amigo, começamos a lembrar de um outro rapaz, jovem, forte, lindo e com uma vida espetacular pela frente, que havia morrido assim, do nada, como num piscar de olhos. E, ele me disse que, um dia antes, havia sonhado com o rapaz, e ele dizia para seus pais que não ficassem preocupados, que estava tudo bem, o céu era maravilhoso e a Virgem Maria era linda. Bom, eu me arrepio sempre que penso nisso. Tudo depende de onde você vê, a vida surpreende, é complicado! Não dá pra dizer que, mesmo sendo ateu, você não se arrepia ao saber disso.
A morte talvez seja o início, não o fim. Infelizmente, sou capaz de apostar a minha vida, tendo certeza de que ninguém nunca vai desvendar o maior segredo que temos: o que acontece depois que fechamos nossos olhos e ficamos à mercê do descanso eterno. Deixaremos pessoas, deixaremos vidas, famílias, amigos, todos nós deixaremos ''alguéns'' por aqui, e descobriremos o que significa morrer. Não deve ser pior do que esse inferno o qual moramos, hoje. "Para morrer, basta estar vivo.'' Já que é pra viver, então viva intensamente, respeite, ame, sorria, faça rir, transmita a paz, cuide dos outros e de si mesmo. No final, você será lembrado para sempre, porque sabemos: as pessoas boas nunca morrem, nunca nos deixam, e sempre serão lembradas...

''A dor que ultrapassa a dor...''

Li essa frase por aí, em algum lugar, e não me lembro onde. Pode se referir a muitas coisas, mas neste meu pequeno texto, se referirá unica e exclusivamente à morte, essa destruidora de vidas, de sonhos, ou criadora de novas vidas, de novos sonhos, por que não? Enquanto formos vivos, nunca saberemos ao certo o que fazer, como fazer ou se há o que fazer, quando estivermos do outro lado do véu. Mas, o importante, sempre, é termos a esperança de que tudo dará certo, ou aqui, ou num outro plano de vida, seja qual for a sua crença, não é isso que discutirei aqui.
Essa semana me foi meio tenebrosa: muitas discussões sobre morte; lembranças da morte de um amigo que estava, como eu, começando a vida; o medo de minha mãe de perder meu pai, e sua explicação de que o sentimento de medo que ela sentia é diferente do meu; e a morte de mais um próximo. Tudo na mesma semana... e meu cérebro começou a trabalhar freneticamente, devaneando coisas que iam do conformismo ao absurdo, tudo com sua dose de razão.
Acontece que, desde que me entendo gente, não sou um cara muito bom para delegacia, hospital e velório. Acaba com minha alegria, meu dia, seja pro que for. Certa vez, fui na delegacia apenas para pegar minha autorização e poder fazer minha prova para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação. Sério, a nhaca da delegacia ficou comigo o resto do dia. E nem vou ficar aqui explanando sobre minhas peripécias em hospitais... E o que me mata (?) em velório é o fato de que me sinto completamente impotente, sem poder ajudar, sem poder fazer sorrir. Pois sou uma pessoa que gosta de rir, de fazer rir, contar piadas, deixar o clima mais leve, estar num clima leve, e num velório (diferente até da delegacia ou do hospital, por exemplo), não existe coisa mais chata que você estar sofrendo por alguém querido ali, e do outro lado da sala um babaca rindo de tudo, seja do café que parece chá, do wafer que assobia na sua boca, de tão mole, e coisas desse tipo. Confesso que costumo ser desses babacas, e por isso evito velórios, pois tenho um mínimo de respeito pelas pessoas, familiares e amigos, que ali se encontram.
Um dia, saberemos o significado de tudo isso, entenderemos o porque de todo esse sofrimento, olharemos uns para os outros e perguntaremos: ''Nossa! Porque não pensei nisso antes?''
Pra terminar, o provérbio mais frio, horrível e sincero que conheço:
''Para morrer, basta estar vivo.''

quarta-feira, 24 de março de 2010

O Carteiro e o Poeta

''O Carteiro e o Poeta'' é um filme muito bonitinho e bem feito, de 1994, adaptado da ficção do escritor Antonio Skármeta (Ardiente Paciencia), que conta a estória da amizade que se cria entre um dos gênios da literatura mundial, o poeta chileno Pablo Neruda, e Mario Ruopollo, o carteiro semi-analfabeto que foi contratado para, especialmente, entregar suas cartas durante seu exílio na Itália. O carteiro, que conhece uma bela jovem no povoado, pede para Neruda ensiná-lo a escrever poesia. Neruda, em contrapartida, ganha um ouvinte para poder descrever suas agruras e saudades de sua terra mãe, Chile.
O filme foi filmado na Itália, e o lugar é paradisíaco: um mar calmo, belas montanhas, aquele clima de cidadezinha do interior onde a vida passa mais devagar, as pessoas muito simples, agradáveis, que te fazem bem. Coisas interessantes a salientar sobre o filme: o ator Phillipe Noiret, que interpreta Pablo Neruda, é extremamente parecido com o poeta chileno, que dá até medo! E o ator foi dublado, já que não sabia falar nem espanhol nem italiano (pode?!). Massimo Troisi, um dos que adaptaram o roteiro para o filme, fez o protagonista Mario Ruopollo, e foi celebrado pela crítica pela beleza, simplicidade e carisma que deu ao carteiro, trazendo-o para a realidade. É impossível não se apaixonar pelo Mario Ruopollo de Troisi. Coincidência ou não, Troisi tinha adiado uma cirurgia no coração para poder completar o filme, e um dia após o término das filmagens, ele sofre um ataque cardíaco fatal e morre. Recebeu uma indicação póstuma ao Oscar daquele ano, que rendeu muita comoção. O Carteiro e o Poeta vale a pena, alugue e assista, é muito bom!
Enfim, falei tudo isso pra chegar ao ponto, uma história verídica contada por este escriba: eis que, na faculdade, nosso professor nos passou esse filme, e, no outro dia, passou um exercício de interpretação sobre a película. Essa semana, ele chegou desolado na faculdade, e não entendíamos o porque, quando começou a falar que o exercício de criatividade que havia proposto tinha ganhado respostas ''de outro mundo''! O exercício era o seguinte: usando a critividade, era pra darmos um novo nome ao filme. Saíram coisas como: ''Neruda no País das Maravilhas'', ''O Poeta que Entregava Cartas'', ''As Cartas do Poeta''...
- Mas o mais impressionante que eu li foi ''Sedex Poético''... - desolado, o professor pôs-se a rir da própria situação.
Não dá pra ele não dizer que, no mínimo, foi criativo... Sedex Poético...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Na minha meninice, o Bito era o maioral

Quando eu tinha lá meus 12, 13, até 14 anos, época em que jogar futebol, bater figurinhas e pular na casa do 'seu' Zé pra pegar pipa era normal, tinha um rapaz na minha rua que era o maioral, o ídolo: o Bito! A gente não sabia porque que Bito era seu apelido, já que, algum tempo depois de conhecê-lo, fomos descobrir que seu nome era Paulo Sérgio. Mas, descobrir origem e significado de apelidos às vezes pode ser mais difícil do que entender Bíblia, político ou jogador de futebol, por isso deixemos pra lá.
O Bito era um mito! A gente era molequinho, o Bito era homem: contava histórias de terror as quais ele já havia vivido, dizia sobre os campeonatos de futebol que tinha disputado por esse mundão (e que nos deixava otimistas, já que o Bito era um jogador de futebol que beirava o ridículo, 'mas ninguém é perfeito', costumava dizer), que já conversara com Papai Noel, que já tinha beijado na boca usando a língua, que já tinha visto mulher pelada sem ser em revista roubada do pai ou do irmão mais velho. O Bito tinha uns 20 e poucos quando eu ainda tinha 13, e era compreensível nossa veneração, afinal ele só trazia pra gente coisa nova, coisa que não havíamos vivído!
Eis que a situação começou a piorar, e o Bito começou a fumar. Meus pais e os pais dos outros amiguinhos, claro, começaram a ficar atentos com o Bito - o Bito enganava a gente, não a nossos pais. No começo, o Bito só chegava com marola, fedia barbaridade, e dava risada de nós todos, mesmo quando o Marcelinho contava piada, e o Marcelinho era péssimo contando piada. O Bito começou a dar preju na casa dos outros, porque a compra do mês de ninguém dava mais conta, já que o Bito acabava com tudo, comia, comia e comia, e sempre queria mais, teve dia que até dona Maria, mãe do Gegel botou ele pra correr, gritando 'marginal! marginal!'. A gente, claro, só foi entender anos depois...
Um dia, a polícia baixou na rua, a gente (os sub-14) não tava entendendo nada, e o Bito tentou sair correndo. Tomou uma latada no vão das pernas - foi até bonito de ver - e tombou, gostoso, na frente da minha casa. Os polícia veio pra cima dele, seguraram e algemaram, e a gente não tava entendendo nada. Um dos polícia pergunta pro Bito se ele achava bonito se meter com aquelas coisas, e o Bito lançou uma que jamais esqueci:
- Senhor, como diria o mestre, se Leonardo Da Vinci, porque é que eu não posso dar dois? - tomou um cascudo cinematográfico e entrou na viatura.
Anos mais tarde, quando fui entender de onde ele tirou essa frase e o porque de usar por ali, me peguei sorrindo. É, o Bito era um gênio.

terça-feira, 9 de março de 2010

Ninguém sabia que o Nelson...

O Nelson era daquele tipo de pessoa que não tinha amigos: tinha colegas. Ninguém sabia que o Nelson não tinha amigos, todo mundo pensava que era amigo do Nelson. Na repartição, ninguém sabia que o Nelson era um excelente enxadrista, torcia pra Ponte (mesmo não sendo campineiro), estava casado com a Soninha havia 24 anos (recém-completados) e que seu sonho era uma Harley. Na repartição, a gente não sabia absolutamente nada sobre o Nelson. Absolutamente nada é muito: a gente sabia pouco sobre o Nelson.
A gente sabia que a Soninha do Nelson é uma mulher dessas de ninguém enxergar defeito. Ninguém sabia que o Nelson tinha a capacidade pra ter um avião daqueles no seu hangar, uma Ferrari como ela no seu paddock, uma bike com aquela estirpe em sua ciclovia, e por aí vai! A Soninha é daquelas que você diria sim ao padre antes de ele pensar em começar a cerimônia. A Soninha é um monumento de dar inveja, e a gente tinha inveja do Nelson. Muita, mas disso o Nelson quem não sabia!
Outra coisa que a gente sabia do Nelson era que ele adorava um carteado, um buraquinho, um pôquer, até mau-mau quando ele estivesse meio 'mau-maudo' - trocadilho com mamado, bêbado: ninguém sabia que o Nelson falava isso quando estava bêbado. E, como ele não tinha amigos, acabava nos convidando, já que ele gostava de uma apostinha. E, assim, todas as quintas-feiras, todos nós (Julio, Manoel, Andrezinho, Galego e eu) íamos à casa do Nelson apostar um baralhinho pra desestressar. E, mesmo semanalmente, ninguém sabia praticamente nada da vida do Nelson, pois não nos falava mais nada a não ser sobre baralho e o Paulistão e sua Macaca.
Num desses dias de baralho, chegamos mais cedo na casa do Nelson, e, antes de apertarmos a campainha, escutamos uma briga entre a Soninha e o Nelson, lá dentro! Quebra-pau desses de colocar 'Gigantes do Ringue' no bolso: panela voava, e cadeiras, e palavrão comendo solto, só se escutava a Soninha berrando e o Nelson nem ouvíamos. Resolvemos, sabiamente, ir embora. Não ia haver clima pra roubar o Nelson naquela noite.
No outro dia, chegamos para trabalhar na repartição, a nada de o Nelson aparecer. Até que, umas 3 horas após o horário que ele deveria ter chegado, nosso chefe, o Afonsinho, recebe uma ligação do Nelson, avisando que sua mulher havia morrido por conta de um troço na cabeça, que o Afonsinho não soube explicar. Deu 5 dias de folga pro Nelson.
Até que, depois da folga, o Nelson apareceu para trabalhar, e todo mundo foi abraçar o Nelson, apresentar condolências, aquela praxe. E o Nelson chega pra gente, os companheiros de carteado, para avisar que na próxima quinta ia ter, que íamos devolver o prejuízo de não termos aparecido na anterior pro jogo.
Então, o Julio perguntou:
- E aí, Nelson. E a Soninha?
- Um pouco nervosa, só - respondeu, calmamente, ele.
Todos ficamos perplexos, afinal!
- Mas, a Soninha não morreu? De um troço na cabeça?! - indagou Manoel.
- Não, a Soninha foi quem matou! Quem morreu foi a Laurinda, levou uma golpeada na cabeça, da Soninha, com um dos meus tacos de golfe. Foi feio...
Pois é. Na repartição, ninguém sabia que o Nelson tinha tacos de golfe...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Síndrome da Melhor Idade

Há tempos, venho notado uma mudança particular em meu velho, que é particular em quem é velho!: o desbocamento, se é que existe essa palavra (se não existe, vai como neologismo, mesmo). Não é maldade! Simplesmente dá nas pessoas que chegam a certa idade x, elas meio que perdem a noção e falam o que querem, pra quem for, sem necessidade de uma hora especial para isso. Afinal, pra se dizer o que não deve, qualquer hora é hora!
Acho que ele aprendeu isso com a nossa família. Sua mãe - minha avó -, mesmo, é rainha em lançar 'pérolas', frases que guardaremos pro restante de nossas vidas, dessas com efeito. Como, por exemplo, em certo casamento, vovó inventa de dizer à noiva que 'o dote deve ter sido generoso, porque o rapaz é mais feio que a fome'. Só para a situação ficar um pouco mais chata, o noivo estava sendo congratulado justamente às costas da minha querida vovó.
Ou mesmo com meu avô, seu sogro, que, sem medo de caretas ou reprovações, lança piadinhas como a do Pedro Bosta (exatamente: Pedro Bosta!) em pleno almoço de domingo. Na hora em que todos estão comendo. Já vovó materna comprou briga com sua rua inteira, fez as pazes, brigou de novo, acho que fez as pazes de novo... enfim, por não medir as consequências de suas palavras. Sem dó nem piedade, ataca qualquer um, e termina com um sonoro: 'Falo mesmo! Não sou baú...' Tudo sem maldade: sinceridade, mesmo que em excesso!
Ficávamos discutindo, depois dessas, o porque de os senhorezinhos serem assim, tão 'sinceros', beirando a maldade pura e simples. Chegou-se a conclusão de que, já que estão velhos e próximos de começar a comer capim pela raiz, querem deixar tudo bem explicado, nada dito pelo não dito. E meu pai parece que tá entrando nesta fase, e a 'inexperiência' pesa até nisso...
Foi há alguns anos. Uma velha amiga da família perdeu o marido. Graças a Deus, no velório e enterro meu progenitor teve tato e não lançou nenhum impropério. Talvez estivesse aguardando uma hora mais propícia, e chegou em forma de presente no Natal daquele mesmo ano. Resolvemos visitá-la, como sempre fazíamos. Ao chegarmos, antes mesmo dos abraços, meu pai, não se aguentando mais, vira e tasca: 'Ê Teresa! Primeiro Natal sem o Marcelo, hein?!'
Se não podia, já foi...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Insubstituível

''Por ter passado grande parte da minha vida compondo músicas que mostrassem sentimentos (e que, muitas vezes, nem eram meus), às vezes sinto grande dificuldade em escrever sobre os meus, mesmo. Mas, de repente, resolvi falar, nessa linguagem que me é tão libertadora, a escrita. Quem me vê nos últimos cinco meses, sabe o quanto tudo o que sair, aqui, é sincero.
Coração de quem ama é engraçadinho, ou acha engraçado dar uma de engraçadinho. Por algumas poucas - ou muitas, tudo é relativo - mulheres passei, vários sentimentos provei, mas nunca tive tanto medo de perder alguém como tenho medo de perder você, meu amor. Rio da minha própria sorte, de ter você para dividir meus planos, nossos planos, nossas conquistas. Sinto pena de quem não tem alguém para amar, assim. Sinto pena de quem não ama, assim. Mas, tenho medos... tenho medo de chegar uma hora e o encanto acabar, simplesmente. Em alguns momentos, chego a pensar que não mereço alguém tão perfeita quanto você. Me pergunto o porque de Deus ter se dado ao luxo de se 'desfazer' - por assim dizer - do anjo mais lindo que o céu tinha para apreciar, pura e simplesmente para a minha exclusiva felicidade! Sim, porque eu sou o homem mais feliz do mundo, hoje, com você, princesa minha. Nada consegue tapar, tirar, arrancar de mim o receio que abocanha sem dó meus rompantes de felicidade: pensar que, um dia, você poderá olhar pra mim e sentirá que a graça se perdeu, não há mais sentido, você e eu. Me prometa, olhando nos meus olhos, que nunca vai desistir de mim, de nós, que tudo vai ser para sempre, como os diamantes. Mas, minha maior dor é saber que nada é para sempre - mas, isso é em relação a morte, essa fada às avessas que nos acompanha, lado a lado. A propósito, se você morresse amanhã, queria eu morrer hoje, pois não gostaria de passar um segundo sequer com a certeza de que nunca mais teria o seu amor. Mata-me, mas não se desfaça de mim.
Hoje, me sinto como um ladrão que roubou uma instituição poderosíssima qualquer: com o maior tesouro do mundo, com o perigo de perdê-lo a qualquer instante. Mas, permita-me pensar isso tudo como uma novela 'manequiana': tudo dará errado, do começo à quase o final. Sim, porque, no final, você e eu seremos feliz para sempre.''

Ps 1: Exercício da aula de 'Comunicação e Expressão', na faculdade, me desculpem a falta de criatividade.
Ps2: o amor é lindo, né? fala sério :D

segunda-feira, 1 de março de 2010

Uma aula de juventude, hoje em dia!

Cláudio e Ana, entre 15 e 17, eram amigos inseparáveis, desses que a gente não vê mais hoje em dia, pelo menos não de sexos opostos (aliás, têm tantos sexos opostos hoje em dia que você nem sabe mais quem é oposto ao seu, quem gosta da mesma fruta que você, quem chupa o mesmo caroço que o seu, ou até mais do que isso). Era uma amizade linda, faziam de tudo juntos: barzinhos, restaurantes, pizzaria, viagens à praia, futebol, vôlei, até futevôlei, era uma bela amizade... eis que apareceu o Gláuber.
O Gláuber era o típico galã da nossa sociedade na cabeça de uma garota de 17: alto, marombado, olhos claros, cabelos loiros estrategicamente caindo nos olhos, surfista, fazia medicina, gostava de uma birita, tinha um belíssimo conversível e tinha 20 anos. Há de se salientar, aqui, que esse é o tipo de homem de 9 entre 10 mulheres, de 15, 17 ou 47, não importa. E a coitada da Ana, obviamente, se apaixonou perdidamente pelo 'Adonis'; e o coitado do Cláudio começou a ser deixado de lado.
No começo, até que foi fácil: ela só falava do rapaz, Cláudio só ouvia, dava sua opinião ('metia o pau' no rapaz, evidentemente), eles discutiam, virava uma dialética sem fim, e Aninha começou a emburrar, e entender. Cláudio começou a perceber que ela tava entendendo, e começou a dar de louco, agir com evasivas e tudo mais. Todos os dias, quando ela começava a falar do Gláuber, ele fazia cara de sonso, respondia com monossílabos e começava a falar das músicas da Pink e do Elton John, do clipe da Shakira com o Nadal, da roupa horrorosa que a Beyoncé usou no último VMA, e discursava sobre qualquer outra coisa que não o Gláuber (Aninha o irritava chamando o Gláuber de 'Gáu' - sim, já tinha apelido).
Até que, um dia, Aninha disse que Gáu tinha a adicionado no Orkut. Pronto! Aí, foi que o Cláudio emburrou mesmo, não quis saber da amiga o resto do dia, se debulhou em lágrimas em casa, pôs Fresno no último volume, se entupiu de chocolate, não quis mãe nem pai, só quis saber do seu pônei de pelúcia, e não respondeu nenhuma questão no formspring - a propósito, ficou com raiva do formspring, só havia perguntas do tipo: 'Quando você está sofrendo, qual música te satisfaz?'; 'Chocolate é bom pra te aliviar?'; 'Você mora perto do mercadinho do Joca?'.
Passados alguns dias sem conversar com Aninha, Cláudio olha para amiga e percebe que ela está chorando de se acabar, com mais olheiras que Tropeço quando fazia jornada dupla. Bateu-lhe o conhecidíssimo arrependimento, e foi ter com a (apesar de tudo) amiga. Quando Ana o vê, começa a chorar com mais intensidade, e aí quem entendeu foi Cláudio! Animado a ir confirmar suas expectativas, começa a conversar com Aninha, e ela confessa que adicionou Gláuber (não era mais Gáu) no MSN, conversaram durante muitos dias, mas ele não expressava nada e ela não queria se expôr demais, ir pra cima do rapaz. Até que, na conversa derradeira, ela confessou que estava apaixonada pelo rapaz e queria saber o que ele achava dela, da situação, afinal eles vinham se dando bem, conversando e tudo mais. Surpreendentemente, Gláuber respondeu que achava Aninha linda e tudo mais, mas que ele não gostava de mulher, se ela entendia o que ele quis dizer e se entendia o lado dele. É claro que ela disse que entendia, mas o mundo acabou, né? Aquele pedaço de mau caminho, aquela delícia, aquela escultura esculpida em Carrara, não podia ser possível. Cláudio, como bom amigo que sempre foi, ouviu tudo atentamente, disse que as coisas eram assim, nem tudo era perfeito, que ela ainda ia encontrar o príncipe certo da vida dela e tudo! E completou pedindo desculpas, dizendo que o fato de eles terem ficado sem se falar foi uma grande bobeira, que ele a amava e não fazia sentido eles ficarem longe um do outro. Se desculparam e conversaram normalmente, como sempre.
O diabo é que ela foi puxar sardinha pro Cláudio e dizer que ele também merecia a princesa dele, e ele, de bate-pronto, disse 'Príncipe Gáu, minha filha!'.

A chuva cai, e a gente vai tentando desviar!

Tá, eu não gosto de chuva. Sério, odeio chuva, é impressionante como me faz mal acordar e sentir que, lá fora, desaba o mundo (porque, pra mim, até garoa é sinal de que o mundo está desabando!). Já quase perdi amizades importantes por meus discursos de apologia ao sol, ao tempo sempre quente, melhor estilo Califórnia Fever! Um dos meus melhores amigos, por exemplo, já ficou um tempo sem me dirigir palavra alguma por causa de ferrenhas palavras de desaprovação a essa coisa horrível que demos o nome de chuva, rain pra alguns, lluvia à outros. Não a desgosto cem por cento do meu tempo, é claro! Chuva, às vezes, é legal. Às vezes, muito raramente, por sinal. Imagine a seguinte situação: um rapaz recebe seu suado soldo, depois de um mês de luta e trabalho árduo, e convida uma linda jovem, a qual está estrombolicamente apaixonado, pra tomar um chope. Bom, quem espera um mês de luta pra convidar uma singela jovem dona de seu coração pra tomar um chope, provavelmente não tem um carro. Se começa a chover, que acontece? Simples, o rapaz liga desmarcando, meu caro. Ou, então, eles poderiam sair pra tomar um chope e ganhariam roupas molhadas e uma gripezinha de brinde! Legal, não? Pois eu não acho. Partindo deste meu singelo exemplo, penso que muitas histórias de amor tiveram seu final com surpresas por causa deste bendito efeito climático chamado de chuva. Se essa história se confirma ou confirmou em algumas oportunidades (e tenho quase certeza que sim!), continuem devaneando sobre finais possíveis: em um, ela poderia simplesmente amaldiçoar a chuva, porque estava louca pra dar uns beijinhos e esteve esperando a semana inteira pra sair com o gatinho; em outra, ela poderia simplesmente pedir carona ao pai ou irmão ou mãe ou irmã ou alguém de sua casa que fosse habilitado, buscava ela mesma o gatinho, e os dois saíam felizes pra tomar o chope; em mais outra, ela poderia ser habilitada e... enfim!; ou, ela poderia, mais simplesmente ainda (porque isso acontece com mais frequencia, vejo eu), ligar pra um conhecido playboy companhia de sempre, tem um carrão último tipo que papai acabou de comprar, vão os dois para um dos barzinhos mais caros da cidade (jovem não vai em restaurante, a não ser com os pais) e começam a ter algo mais sério naquela noite, começam a namorar, se conhecem mais ainda e percebem que deveriam ter percebido aquilo antes, se casam e são felizes, menos o jovem trabalhador do comecinho da história.
Aaah, quer saber como ele terminou? Meu chapa, o foco aqui é que odeio chuva, e não quem ficou com quem ou quem ficou com o dedo! Está frustrado? Pois bem, a chuva me frustra! Pense você pra um final bem canalha pro coitado do rapaz, que, neste momento, deve estar amaldiçoando a chuva no caminho - a pé e de 'sombrinha' - do trabalho!

post scriptum: sim, hoje está chovendo e estou a beira da um colapso, já que tenho que fazer uns exercícios de Cálculo I por aqui!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Prestobarba da discórdia

Começou quando Ricardo percebeu que seus aparelhos de barbear não davam mais conta, se desgastavam rápido demais, demais. Recém-casado, era só ele e Ritinha em casa, e eles moravam numa cidade pequena e longe da familia, dos amigos; ele por ser recém-formado em Gestão Financeira, conseguiu um emprego numa grande multinacional mais de 1000 quilômetros de distância de tudo e/ou todos. Ela caiu de pára-quedas na vida dele, um mês antes de se formar, casamento relâmpago, tudo rápido, paixão, amor, tesão, tudo à primeira vista, como mandava o figurino. Mas, os aparelhos estavam se desgastando rápidos demais!
Aquilo ficou na cabeça do Ricardo, coitado, e pensou nos aparelhos de barbear o resto do dia. Seu chefe pediu um relatório sobre alguns balancetes da empresa, e ele entregou uns dois com relação de preços entre o Prestobarba de marca X e o da marca Y, e provou por a + b que um rendia mais que o outro, mas que não entendia o porquê dos 'tar' dos aparelhos dele estarem perdendo o corte tão rápido. Pediu pra ir embora, alegou mal-estar e foi pra casa.
No caminho, começou a conjecturar, indagar, tentou algumas inferências, tentou vislumbrar algum motivo pr'aquela situação: problema na pele? 'Não, doutor teria comentado'. Estaria vendo demais? 'Pô, mas há 5 meses?!'. Chegando em casa, afastou esses pensamentos por um momento, quando percebeu que havia pêlos na pia do banheiro! E xixi no vaso sanitário, dentro e fora! E, o que parecia obvio, de repente mostrou-se mais claro: Ritinha o estava traindo, e dentro do próprio lar, com direito a barbear o Judas depois de uma bela tarde (ou dia inteiro) de amor! 'Debaixo de meu próprio nariz!', pensou Ricardo. Atacaria agora? Chegaria nela, simplesmente, gritando e jogando tudo na cara daquela sonsa, desgraçada, cínica, maldita? 'Não, vou simplesmente pegá-la no ato', e foi essa a conclusão. Deixar tudo para amanhã, pegar no pulo, com a boca na botija (ou melhor não).
No outro dia, foi cedo pro trabalho, fez seu serviço da melhor maneira, até que convenceu o chefe a dar uma chegada em casa, pra resolver problemas de ordem pessoal. Estacionou a caranga uns 100 metros longe de casa, e tomou todo o cuidado pra não ser visto por nenhum vizinho chato que iria gritá-lo no meio da rua, pedindo informações sobre o mercado financeiro e blablablás. Chegou em casa, e começou a, gatunamente, procurar a mulher por todos os cômodos de casa. Depois de uma 'limpa' na casa, escutou um barulho de água vindo do banheiro de seu quarto. Chegando lá, um alívio, um susto e um tratecomoquiserem: um homem se barbeando no seu banheiro, chorando desculpas e dizendo que era a mulher mais feliz do mundo...

Copla!

Segundo Aurélio Buarque de Hollanda, uma copla é um 'Pequeno poema lírico de inspiração popular, constituído geralmente por uma estrofe rimada de quatro heptassílabos; quadra, trova.'
Mas, como minha genialidade não me permite escrever talvez com heptassílabos, e não deva ser tão arrogante e pensar que vou conseguir escrever algo tão clássico como uma trova, vou me deliciar apenas com uma singela tentativa:

''Acordei com uma vontade
Talvez, não devesse tanto
A vontade, pro meu espanto
Não passava de uma breve vaidade''

Ridículo, sei. Mas, exceção feita aos realmente GIGANTES, tudo se começa beeem debaixo.

Società

''Nunca pense que você é único, que faz parte de um plano individual criado para si e que nunca dependerá de mais ninguém, a não ser você e sua perspicácia. Este talvez seja o maior erro de todos, ou erro de tolos, com perdão do trocadilho. Amar e ser amado é a maior arma, mas para amar você tem que esquecer que a vida é apenas sua, é obrigatório pensar no seu parceiro antes de tomar qualquer decisão, pois as palavras têm peso, as decisões podem tomar proporções inimagináveis num primeiro momento, e a gente só se dará conta quando acontecer, o que também é um grande erro. Sinto orgulho - e não vergonha ou sensação de ridículo, como pensariam (e pensarão) alguns - de tomar, pautar, todas as minhas decisões pensando no bem estar de todas (ou da maior parte de) as pessoas que penso que sentirão minha falta em quaisquer sentidos. Eu sou assim, sempre fui, talvez mude, talvez não, mas, neste momento, acho cabível salientar que me sinto muito feliz e contente comigo mesmo por fazer assim, por tratar das coisas, mesmo de sentimentos, desta maneira. De me doar pelos outros, de corpo e alma. Isso é caridade, e Jesus se alegra, o que é importante. Aí, sim, sinto vergonha, nojo, raiva, de quem não pensa de forma alguma assim! Como fico triste, nú! E o mais impressionante (nem sei se 'impressionante' é o termo correto, aqui) é saber que a GRANDÍSSIMA maioria é assim, e comigo, o que é pior! As vezes, dou risada pra espantar o choro, sei lá, porque a hipocrisia é impressionante (aqui, sim, 'impressionante' tem conotação mais digna!). Só espero que eu aprenda, ou que todo mundo aprenda... de fato, é mais fácil eu me tornar um animal que todos se transformarem pessoas...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

''Mesmo quando são apenas palavras...''

Vale a pena tentar entendê-las, interpretá-las, ter calma para, no mínimo, buscar algo que pode subliminarmente estar gritando no meio daquilo que achamos ser 'apenas palavras'. Vale a chance, dar uma chance, sempre valerá, nós devemos isso uns aos outros, uma chance de explicação, mesmo quando sabemos que não há o que explicar, mesmo sabendo que vão ser 'apenas palavras'. Mas, pode ser que não, ou cairá na tolice de pensar que você saberá tudo o que vai acontecer, sua certeza é tão forte que nada nem ninguém poderá mudar seu modo de pensar? Oras, isso sim é uma tremenda burrice! Mesmo quando são apenas palavras, mesmo quando SABEMOS que são apenas palavras, se a gente mudar a nossa ótica, percebemos que, no mínimo, tentaram falar tudo para que desculpássemos por uma falha, ou algo do tipo. Não escrevo pra ninguém pagar pau ou falar que é lindo, que é fóda, escrevo porque gosto! Simplesmente porque meu nirvana está nisso aqui, botar minha vida em letras, em prosa ou verso, não importa! Porque, pra mim, a beleza é ser sincero, botar pra fora, mostrar quem é... ainda que utilize de palavras, ou mesmo quando são apenas palavras...